Ecopontos na Orla de Aracruz

De:
Santa Cruz de Ecologia e Cultura
Av. Piraquêaçu 564, Santa Cruz
29199-500, Aracruz

Para:
Prefeitura Municipal de Aracruz
Conselhos Ambientais
Outros órgãos competentes
Associações e outras entidades comunitárias

 

Santa Cruz de Aracruz, 08.06.2021

 

Assunto: Ecopontos na Orla de Aracruz

 

Prezados,

Ecopontos são bases importantes para garantir o destino de resíduos sólidos nas cidades. São serviços logísticos necessários para garantir o encaminhamento de sobras de obras, entulhos, galhas e outros itens de descarte que não são assimilados pela limpeza e pelo recolhimento do lixo comum.
Há anos a população de Aracruz reiteradamente solicita do poder público o atendimento de soluções para tais descartes, uma vez que sem a existência de tais serviços as cidades tendem a descartar os entulhos em pontos aleatórios, o que provoca o acúmulo desses materiais e gera pontos viciados no urbanismo municipal.
A Prefeitura Municipal de Aracruz finalmente dá sinais de atendimento a tais demandas, o que poderá melhorar o aspecto de limpeza e de cuidado com o ambiente urbano da municipalidade, mobilizando a população para decisões importantes acerca das melhores localizações para a instalação de tais serviços.
Apesar da importância dos Ecopontos e do seu impacto positivo na vida da cidade, tais serviços também acompanham algum impacto ambiental, uma vez que implicam no deslocamento de mais carretas com caçambas pesadas, além da instalação no local de itens e ferramentas de proporção industrial ou semi-industrial que provocam impacto sonoro, no trânsito, e especialmente no fechamento de áreas comuns que podem gerar a desvalorização de áreas nobres. Dependendo do tipo de arquitetura e do local a ser instalado, um Ecoponto pode transformar um trecho de rua em um local ermo, com redução de movimento de passantes e desestímulo ao comércio no entorno.
Devido aos motivos citados acreditamos que seja importante que as comunidades da Orla de Aracruz estejam atentas a tais impactos e possam debater de maneira aprofundada os locais de instalação dos Ecopontos, para que causem o menor impacto possível nas áreas vitais da cidade e em seus valores, ao mesmo tempo que possam facilitar a dinâmica do descarte pela população.
Por isso vimos por meio do presente documento alertar a população de Aracruz sobre a importância de um posicionamento consciente para demandar a instalação dos ecopontos nos locais estratégicos dos distritos de maneira assertiva, permitindo ao poder público levar em consideração tais questões, com a orientação da população para uma melhor atuação da gestão municipal, de maneira a proteger o aspecto de convivência em espaços públicos na cidade.
Aracruz, de um modo geral, na sua conformação de visão de futuro, precisa pensar em um urbanismo que, depois de tantos empreendimentos de grande porte que impõem um modo de viver à cidade em toda a sua conformação, desde a sede até todos os seus distritos, promova áreas de aproveitamento comum, como hortas comunitárias, muito comuns em países europeus, e praças verdes ou pequenos parques com mínima intervenção urbana, para que moradores e visitantes possam ter garantidos os espaços de convívio ao ar livre e a realização de encontros como pick-nics e outras atividades de saúde coletiva como aulas de ginástica, feiras, festas e eventos. É inteligente cobrar para que cada área pública fechada para a instalação do serviço nos distritos de Aracruz ganhe outra área livre de tamanho compatível para aproveitamento de convivência pública, de modo a fomentar o comércio e o turismo no município.
Apesar do benefício dos Ecopontos, também é preciso pensar nos seus impactos junto às áreas mais nobres da cidade, sendo possível, inclusive, dada a sua tipificação, alocá-los em convergências limítrofes entre áreas urbanas e áreas de preservação ecológica, desde que com estruturas não superdimensionadas. Tal tipo de planejamento permitirá uma melhor qualidade de vida em Aracruz e fomentará o desenvolvimento ordenado na cidade.
Além disso, é preciso que Aracruz invista valores de urbanismo em programas de fomento a instituições comunitárias parceiras locais e em fiscalização, operacionalização e manutenção de espaços públicos, para que se promova uma cidade de todos, de modo que também as áreas para os circos e outros eventos culturais sejam garantidas.
Aconselhamos que as entidades comunitárias e outras instituições da Orla de Aracruz, especialmente em Santa Cruz e na Vila do Riacho, se manifestem oficialmente por escrito indicando os pontos onde a instalação do Ecoponto possa gerar menor impacto, de maneira que não se percam áreas importantes nas áreas urbanas e que se garanta a manutenção do bem-estar do cidadão e do visitante de Aracruz.

Cordialmente,

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Peter Boos
Vice-Presidente do Conselho Diretivo da Rede Santa Cruz de Ecologia e Cultura (REDESCEC)
Conselheiro Fiscal do Conselho Diretor do Círculo Comunitário Amigos de Santa Cruz (CICASC)
Membro da Comissão de Meio Ambiente do Círculo Comunitário de Santa Cruz (CICASC)
Membro do GT Conferência Estadual do Espírito Santo no Conselho Estadual de Cultura do Governo do Estado do Espírito Santo
Membro da Comissão de Monitoramento da Lei Aldir Blanc no Espírito Santo no Conselho Estadual de Cultura do Governo do Estado do Espírito Santo

 

 


 

 

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